OBSTIPAÇÃO INTESTINAL
A constipação intestinal(ou obstipação,intestino preso) pode ser classificada como aguda (início recente, abrupto) ou crônica (progressiva, que existe há muito tempo).
A causa mais comum de constipação crônica é a baixa ingestão de fibras. Esses componentes dietéticos são encontrados principalmente em frutas, verduras e grãos. As fibras não são digeridas em nosso organismo e podem ser divididas em dois grupos: solúveis e insolúveis. As fibras solúveis formam uma espécie de gel no intestino e as insolúveis passam intactas. O efeito delas é aumentar o volume das fezes e reter líquido nas mesmas, fazendo com que elas fiquem mais pastosas e fáceis de eliminar. A quantidade recomendada para ingestão diária é de 25-30g/dia.
Outro fator importante no desenvolvimento da constipação crônica é a baixa ingestão de líquidos. Eles hidratam as fezes e facilitam sua eliminação. Recomenda-se a ingestão de aproximadamente 2 litros de água por dia. Uma ressalva: o álcool tem efeito desidratante, ou seja, retira água das fezes fazendo com que elas fiquem endurecidas. Assim, ele piora a constipação, devendo ser evitado.
Outro componente que contribui para a constipação é o sedentarismo. Fato observado especialmente nos pacientes acamados, após cirurgias, etc. Não se sabe exatamente por que isso ocorre.
Uma condição fisiológica que está associada à constipação é a gravidez. Nessa fase, o organismo da mulher produz substâncias que fazem com que o intestino mova-se mais devagar. Outro fator que contribui é a compressão do intestino pelo útero aumentado.
Uma causa social é quando o indivíduo, por motivos sociais ou de higiene, ignora o desejo de evacuar, retendo as fezes. É bastante comum encontrarmos pessoas que só conseguem evacuar em casa. Esse adiamento constante da evacuação reduz a sensibilidade do intestino, e como as fezes permanecem mais tempo no intestino, ocorre maior absorção de água, levando ao seu ressecamento.
Existem medicamentos que têm efeito constipante, devendo-se ficar atento ao seu uso. São eles:
• Analgésicos potentes (morfina e derivados);
• Suplementos de ferro, usados para tratar anemia;
• Alguns medicamentos para tratamento da hipertensão, como nifedipina, verapamil, diltiazen, e diuréticos;
• Alguns antiácidos;
• Uso inadequado de hormônio da tireóide;
• Medicamentos para tratamento da Doença de Parkinson;
• Antidepressivos, como a amitriptilina, nortriptilina, imipramina;
• Medicamentos para tratamento de epilepsia (convulsões);
• Laxantes: embora sejam usados para tratar a constipação, o uso contínuo "vicia" o intestino e prejudica sua movimentação, levando à necessidade de quantidade cada vez maior de medicamento, até que o mesmo não mais faz efeito e contribui para o desenvolvimento de constipação. Por isso, esses remédios não devem ser usados indiscriminadamente e sem orientação médica!
São várias as doenças que podem causar constipação. Aquelas que alteram a movimentação intestinal:
• Metabólicas: diabetes, hipotireoidismo (redução de hormônio da tireóide), intoxicação com metais pesados;
• Neurológicas: doença de Parkinson, lesão de medula espinhal, esclerose múltipla, acidente vascular encefálico ("derrame");
• Síndrome do intestino irritável;
• Depressão;
• Doença cardíaca.
Algumas doenças levam a obstrução do intestino, podendo ser causas de constipação aguda/subaguda:
• Câncer de cólon (intestino grosso);
• Compressão do intestino por alguma estrutura ou tumor fora dele;
• Estreitamento da luz do intestino;
• Doença de Chagas (na verdade causa uma pseudo-obstrução, não é uma obstrução de verdade).
Existem algumas doenças proctológicas que levam ao desenvolvimento de constipação intestinal como fissuras anais e doença hemorroidária.
Como é feito o diagnóstico?
Diante da queixa de constipação, o médico deve realizar uma entrevista bem detalhada. Pesquisa sobre os hábitos alimentares da pessoa, a ingestão de líquidos e medicamentos, além de detalhar o hábito intestinal antes e depois do desenvolvimento da constipação. É de extrema importância que o médico pergunte sobre o aspecto das fezes, se são endurecidas, se saem em "bolinhas", se vêm acompanhadas de sangue e/ou pus, se há dor durante a evacuação, e outras questões específicas. Investiga-se também a existência de doenças prévias e na família, principalmente problemas intestinais.
O exame físico deve incluir uma avaliação da região anal e um toque retal, que vão permitir a análise de algumas características do ânus e da ampola retal, e também informará sobre a presença de fezes ressecadas, com sangue, etc. Esses exames também permitem diagnosticar condições como fissuras anais e doença hemorroidária.
Como é feito o tratamento?
Descartada doença grave ou que necessite de tratamento específico ou cirúrgico, recomenda-se o tratamento clínico. Ele deve priorizar mudanças na dieta e estilo de vida, e não o uso de laxantes, enemas e supositórios.
O ponto crucial para o tratamento da maioria dos pacientes com constipação intestinal crônica é corrigir os vícios alimentares. Isso envolve o aumento da ingestão de fibras e de líquidos e redução do consumo de agentes constipantes, como café, leite, chá e álcool. Com relação às fibras, preferimos que o indivíduo aumente a ingestão de fontes naturais, como frutas, verduras, cereais, na quantidade média de 25-30g/dia, que são nutricionalmente superiores às fibras purificadas e vendidas. Quando o paciente não consegue atingir essa meta, podemos prescrever suplementos de fibras: trigo, psyllium, metilcelulose e outras.
Embora não esteja plenamente estabelecido, recomenda-se que o paciente realize atividades físicas regularmente. Isso ajudará não apenas no tratamento da constipação, mas também levará a um benefício em outros campos da saúde.
Em muitos casos, as medidas dietéticas e as mudanças de comportamento não atingem efeito satisfatório, porque implicam em mudanças de hábitos já estabelecidos, aos quais o paciente freqüentemente retorna após a normalização do hábito intestinal. Nesses casos, o próximo passo no tratamento da constipação é o uso de laxantes. São contra-indicados na presença de dor abdominal cuja causa ainda não foi determinada; constipação súbita associada a náuseas/vômitos; suspeita de obstrução ou perfuração do tubo digestivo. Eles podem ser de vários tipos:
• Formadores de massa ou fibras: são substâncias que retém água, aumentando o volume das fezes, diminuindo sua consistência e facilitando a evacuação. Pertencem a esse grupo as fibras alimentares, naturais e sintéticas.
• Osmóticos: são substâncias que o intestino não absorve e, por isso, "puxam" a água dos vasos sanguíneos da parede do intestino e a retém. São eles: sais de magnésio, açúcares e álcoois não-absorvíveis, polietilenoglicol.
• Emolientes/Lubrificantes: facilitam o deslizamento do bolo fecal, pelo intestino, podendo interferir na absorção dos alimentos. Seu uso deve ser por curto período de tempo.• Estimulantes/Irritantes: irritam a parede do intestino, fazendo com que ela se movimente e expulse o bolo fecal. São eles: sene, ruibarbo, cáscara sagrada e óleo de rícino.
A cirurgia é reservada para os pacientes com doenças agudas que necessitam de intervenção, como obstrução intestinal, apendicite, perfuração de tubo digestivo, doenças inflamatórias intestinais complicadas, e outros. Geralmente envolve a retirada de uma parte do intestino e correção da causa básica, quando possível.
Como prevenir a constipação intestinal?
• Alimente-se em horários regulares;
• Mastigue bem os alimentos;
• Prefira refeições mais variadas, ricas em frutas, verduras e cereais;
• Reduza a quantidade de gordura ingerida;
• Evite bebidas alcoólicas, chocolate, café, e alimentos que levem a produção excessiva de gases, como: brócolis, cebola, couve-flor, feijão;
• Beba bastante líquido, mais ou menos 2 litros por dia;
• Tente determinar um horário específico para evacuação;
• Obedeça, sempre que possível, à vontade de evacuar;
• Evitar distrações durante a evacuação, como ler revistas, jornais, falar ao telefone, etc;
• Pratique exercícios regularmente;
• Não utilize laxantes por conta própria. Se você não consegue evacuar sem o uso desses medicamentos, procure um médico!
Fonte: http://boasaude.uol.com.br
LISTA DE ALIMENTOS PERMITIDOS E PROIBIDOS
ALIMENTOS PERMITIDOS
*Alimentos Laxantes:
#FRUTAS/VERDURAS/LEGUMES:
- Abacate
-Abacaxi
-Côco
-Castanhas
-Jabuticaba
-Melão
-Abobrinha
-Abóbora-manga
-Acelga
-Agrião
-Alface
-Ameixa
-Berinjela
-Brócolis
-Cenoura crua
-Beterraba crua
-Couve
-Cebola
-Chicória
-Espinafre
-Feijão
-Lentilha
-Manga
-Mamão
-Morango
-Palmito
-Rúcula
-Pimentão
-Uva passas
-Pimentão
-Quiabo
-Tangerina
-Laranja
-Jiló
#CEREAIS:
-Arroz integral
-Aveia
-Centeio
-Milho
#CARNES E DERIVADOS:
-Creme de leite
-Carnes vermelhas e brancas
-Óleos vegetais
-Iogurte
-Manteiga
#DOCES:
-Doces concentrados
-Chocolates
-Sorvete
ALIMENTOS PROIBIDOS
*Alimentos Constipantes:
#FRUTAS:
-Banana prata
-Banana maçã
-Maracujá
-Maçã
-Goiaba
-Pêra
-Caju
-Limão(suco)
#VERDURAS/LEGUMES:
-Batata inglesa
-Cenoura cozida
-Abóbora cozida
-Abobrinha(sem casca)
-Cará
-Inhame
-Mandioca
#CEREAIS
-Arroz
-Biscoito de polvilho
-Farinhas
-Cream cracker
-Maisena
-Pão
-Bolachas
#CHÁS
-Chá preto
-Chá de camomila
#CARNES
-Presunto
-Salsisha
-Ovo cozido
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